sábado, 18 de abril de 2009

17/04 - dia 57 - 100km/13429km - Antígua Panajachel


Meus amigos, hoje cedo antes de partir, dei uma ultima volta por Antígua para apreciar mais uma vez os prédios bonitos, realmente valeu apena reve-los.

Parti em direção ao Lago de Atitlan com base em um roteiro feito pelo mapa que tenho, fiz tudo por estradas secundárias para não ter que voltar até próximo da Cidade da Guatemala, e também porque nessas estradas secundárias é que tenho a oportunidade de ver como o país realmente é.

O mapa indicava uma conexão que não existe, felizmente rodei só uns 10kms a mais, retornei sem problema ao caminho correto. Passei por uns lugares estranhos... vilarejos com ruas estreitas, com muito pedestre, e com aqueles triciclos motorizados.

Os lugares são muito humildes, mas não vi tanta pobreza como em outros países, aparentemente é o padrão daqui. Eles se adaptaram ao que é disponível portanto não há ostentação, nem desperdício.

Há cruzamentos e bifurcações sem sinalização, é muito facil errar o trajeto. O terreno nesse trecho é muito acidentado e lembrou um pouco a Colombia, várias depressões profundas, descidas e subidas com uma inclinação bem acentuada.

O transporte publico não é suficiente, é comum ver gente apinhada em pick ups e caminhões, mesmo que tenham que dividir o espaço com cavalos como aparece em uma das fotos.

Nessa região habitam os remanescentes das civilizações que viveram aqui no passado. Todos tem os traços dos Mayas creio eu. As mulheres sem exceção se vestem com saia e blusa de estampas multicoloridas, algumas tem um turbante na cabeça, e as cores são as mais variadas combinadas em desenhos geometricos, é muito bonito mesmo.

Os homens já se vestem normalmente, as raras exceções foram uns 3 ou 4 velhinhos que mantendo a tradição, usam bermuda e camisa coloridas nos mesmos padrões das mulheres, eu achei muito bonito, acho que vou comprar um conjunto pra eu trabalhar...

Eles falam duas linguas, o segundo idioma, claro é o espanhol, o deles é uma coisa muito estranha aos meus ouvidos. Eles vivem em povoados próximos e além do artesanato, trabalham na terra e produzem hortaliças, frutas, cenoura, feijão, e café.

O que impressiona é ver um monte de lenha subindo essas ingremes ladeiras, e embaixo esta um deles, na maioria das vezes uma senhora, algumas já de idade avançada. A lenha deve ser algo muito valioso aqui, porque vi muitos deles carregando esses volumes nas costas dentro de uma sacola cuja alça passa por cima da cabeça.

Na cidade eles vendem artesanato, milhares de peças coloridas, colares, pulseira, bolsas, bolsinhas, carteiras, aneis, brincos, acho que vem tudo da China... para ser artesanato não pode ser em quantidade tão grande como vi. Aqui em Atitlan parece a 25 de março, barraquinhas por todo lado. Os americanos e europeus adoram, compram tudo...

O dia está muito feio, nublado, uma bruma que encobre tudo, nem sei se fico por aqui amanhã também, não tem luz para tirar foto.. e essa bruma está me acompanhando já há vários dias. Os passeios de barco são para os povoados onde a atração é: artesanato... a outra opção é escalar o vulcão, mas isso o meu pé já disse que não quer, então ..... sei não... Um bom fim de semana a voces todos!!!!

Um comentário:

  1. A parte da viagem, o seu diário de bordo está cada vez mais refinado pelas suas belas escolhas. De maneira muito interessante em toda essa travessia, desde o início, vc tem priorizado o elemento humano. Esses últimos relatos são bem significativos pq ilustram de uma maneira bem simples um cotidiano que raramente é publicado.
    Ainda, nos causa admiração a sua incansável tenacidade(coragem ,mesmo) nessa travessia solitária, embora saiba que toda uma comunidade está te acompanhando. E para confirmar, de NY, a Celia me pediu o endereço do seu blog e acredito que o Romano da Itália, tb te segue (acho que ele esteja em Imola).
    Bem,para encerrar, confesso que lendo o seu dia a dia, lembro-me dos diários de bordo dos grande navegadores....
    Com muita admiração!
    Um abraço

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